.

.

26 de fevereiro de 2012

Ai as minhas costas!!

Abri os olhos. Não me quis levantar. Minhas costas doíam. A idéia de permanecer imóvel parecia a mais confortável possível. Enrolei mais uma hora na cama. Novamente abri os olhos. Minhas costas ainda doíam.. o que me impelia agora era si...mplesmente fumar um cigarro e tomar um café. Para alguns isso pode parecer pouco, para mim, neste instante, era tudo. Não é que eu não pensasse no futuro, muito pelo contrario, pensava até de mais. Visto que o futuro assim como o passado são meras construções do presente e para formá-los é sempre necessário pensá-los. Mas aquela dor, aquela dor me incomoda ,que simplesmente não consigo mais projetar meu futuro sem ela. Pelo menos não estou sozinho, “enquanto estiver com minha dor sempre poderei contar com alguma coisa”. Será minha bengala. A mesma dor da qual tanto quero fugir, agora e minha aliada. Como sempre a tenho por perto passo a não precisar de mais nada?!. Tenho minha dor, não preciso da dor dos outros. A dor dos outros não me comove, parecem pequenas perto da minha, a minha e superior, ao menos, faz parecer. Entretanto por minhas costas a dor trama. O corpo não suporta algo que o aflige, diferente do homem que se acostuma, se entrega, o corpo luta em silencio. Em silencio porque cansou de gritar, o homem se habitua porque cansou de lutar. E na luta solitária e silenciosa o corpo jamais perde, pois a derrota para o corpo é a morte, enquanto houver vida há luta, mesmo que ninguém a perceba.